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Dupla do Seninha é convocada para Jogos da Lusofonia. Confira vídeo

O paratleta Daniel Wilker e o técnico Daniel Sena foram convocados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), para integrar a delegação que competirá no Jogos da Lusofonia. Promovidos pela Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), a 11ª edição do evento está prevista para o mês de julho, em São Tomé e Príncipe, na África.

E, na sexta-feira passada (8), o Só Por Esportes foi à escola Manoel Bonifácio, no Jardim Tarumã, região sudoeste de Campo Grande, para ouvir a dupla que faz parte do projeto social Seninha. Confira o vídeo

Sobre Daniel Wilker, 17 anos, o técnico listou o bom desempenho do atleta que justificou sua convocação para a competição no continente africano.

“O Daniel está conosco há mais de cinco anos e ele vem fazendo um trabalho específico, direcionado, muito bom. Esse trabalho chegou até o Comitê Paralímpico Brasileiro. O Daniel participou das duas últimas Paralimpíadas Escolares, nas provas de velocidade, e de resistência de velocidade que hoje é o 400 (metros) muito bem. Fez a prova do salto em distância para o melhor atleta do Brasil da idade dele. E, com essas marcas, com esse resultado, a partir deste momento ele foi mapeado pelo CPB. E, o Daniel, tão jovem e com marcas boas, pintou essa possibilidade de convocação.”

Será a primeira vez que o paratleta sul-mato-grossense vai encarar uma viagem internacional. Não esconde a ansiedade e, ao mesmo tempo, confia em trazer um bom resultado de São Tomé e Príncipe. “Do Brasil sim, mas de Campo Grande já saí algumas vezes...Não consigo imaginar (como será lá na África), só estou imaginando que será bem competitivo, bem legal também por causa que é fora (do país). Como poderia dizer, vai ser bem preocupante por causa que nunca vi os atletas de lá e também não estou sabendo muita coisa de lá.”

Irmão de Davi Wilker, paratleta que atualmente mora e treina no estado de São Paulo, Daniel falou sobre as provas e explicou com muita propriedade a sua categoria no atletismo paralímpico. “(Vou competir) Os 200, salto em distância e os 400... (Vou correr) na T13, que não é quase cego. Tem o T11, que é cego, tem T12, que é quase cego, e tem o T13, que é eu. E, não tem mais, o resto é tudo normal, não é (deficiente) visual. (A minha deficiência) é de nascença”.

Daniel Wilker não esconde a ansiedade de correr na África - Luciano Kishô Shakihama/Só Por Esportes

Um dos destaques do paradesporto sul-mato-grossense não descarta um lugar no pódio dos Jogos da Lusofonia. Questionado se o fato de ser escolhido para participar já é uma vitória, Daniel vai além.

“Dá para ganhar medalha eu acho. Vai ser uma boa experiência também por causa que nunca fico fora assim. Mas, estou querendo ganhar medalha, conseguir uma boa colocação, vou ver se eu consigo, tomara que sim... Estou ansioso, já. Quando ele avisa, já começa a bater o coração, já estou ansioso para que chega logo o dia para ver o que vai dar. “

Além do anfitrião, o Jogos da Lusofonia reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial (pela primeira vez), Moçambique, Portugal e Timor-Leste. Em sua 11ª edição, em São Tomé e Príncipe, na África, o evento terá cinco modalidades, entre elas o atletismo.

O professor também explicou um pouco mais sobre o projeto que rende frutos há pelo menos cinco anos. “O Seninha é uma associação, é um projeto social no qual nós temos uma parceria com a escola estadual Manoel Bonifácio. Aonde nós temos a estrutura básica para trabalhar o atletismo convencional e o adaptado”.

“Nós temos uma equipe muito boa, que vem fazendo marcas no atletismo convencional. E, também temos uma equipe, que eu vejo (como) uma das mais fortes do Estado hoje dentro do paralímpico. Temos vários resultados, temos a Evelen (Oliveira), que foi novamente campeã brasileira. Temos marcas hoje dentro do convencional também, que levam o atleta para nível nacional”

Sena também falou sobre as suas convocações como técnico para integrar as equipes nacionais paraolímpicas. “Bem, a minha primeira convocação foi em 2013, pela seleção de jovens. Tive a oportunidade de trabalhar com a seleção e, até então, nós tínhamos o Davi Wilker, que é o irmão do Daniel, e a Gabriela Mendonça (que hoje mora e treina no Estado de São Paulo). E, este ano fui agraciado de ser convocado por três vezes. Eu vejo que a minha convocação foi referente ao trabalho que eu venho desenvolvendo aqui em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e também com os atletas que nós temos. Que, para nós, é claro, vai ser uma bagagem muito boa e maravilhosa, né?! Uma oportunidade para você chegar na seleção brasileira.

Aluno e professor devem viajar juntos com a delegação brasileira rumo à África no segundo semestre - LKS/SPE

Sena não esconde o orgulho que tem dos seus atletas. “Quando eles saem de Campo Grande, saem do Estado, para eles é louro. A melhor coisa que tem, você estar representando o clube, que é o Seninha, representando Mato Grosso do Sul. Agora, imagine só, uma criança, um atleta desse chegar numa competição internacional como vem sempre acontecendo. Eu acho que é o ápice para eles. É aquele sonho que eles tinham de treinar, de começar, de conhecer a modalidade. E, outra, de chegar à seleção brasileira”.

Antes do evento da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, o professor tem outro compromisso fora do país. Embarca no próximo dia 25 de Campo Grande para ser um dos técnicos da delegação brasileira no GP paralímpico de Berlim. Na Alemanha, Mato Grosso do Sul terá dois atletas que nasceram em Mato Grosso do Sul, os irmãos Ricardo e Silvania Costa de Oliveira, que competem por São Bernardo de Campo (SP). Nesta semana, a irmã disputa a etapa de Paris do Grand Prix, antes de se juntar aos integrantes brasilelros convocados para a competição germânica.

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