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‘Desculpe a correria. Mas, é que os professores fazem de tudo um pouco’

Manhã de sexta-feira, Jardim Tarumã, região sudoeste de Campo Grande, ou “saída para a cidade de Sidrolândia”, no linguajar para quem é da cidade. Pelo menos 150 alunos de diversas escolas, e até de outro município, nas dependências da Manoel Bonifácio Nunes da Cunha.

O primeiro Open de Atletismo certamente correspondeu ás expectativas da escola sede. Pelo menos, o movimento ao lado da pista esforçadamente construída, e curiosamente cuidada. Sem querer atravessamos as raias marcadas com cal e fomos repreendidos por pistar no traçado, na areia. Perdão.

“Desculpe a correria”. O trocadilho foi sem querer. Certeza. Daniel Sena foi o autor da declaração. O professor é um dos idealizadores da iniciativa que reuniu atletas e alunos de 8 a 17 anos. E, se fosse no futebol, poderia dizer que jogou nas onze posições. Ajuda na premiação, fiscaliza prova, atende um, atende pai, atende mãe, incentiva os garotos. “Professor” para cá, “professor lá”, e a equipe do Só Por Esportes conseguiu uns minutos da sua atenção. E, gravamos. Temos imagens.

Entre as questões é a atenção dada pela mídia local aos projetos sociais. O SPE indagou se o destaque nestas ações também é reflexo da ausência do poder público e privado no esporte. “Ficou tudo muito difícil”, admite Sena, 40 anos, que há oito mantém seu projeto social, o Associação Seninha de Atletismo (ASA). “Acaba que os professores fazem de tudo um pouco”, acrescenta o professor de Educação Física e um dos principais nomes a dar uma força ao atletismo de Campo Grande.

Veja mais sobre o que rolou na escola

Na prova dos 1000 metros, dois pés descalços. Sem tênis, sapatilha. Chuteira? “Não, é melhor para correr, mesmo”, responde Vítor. Que fala em, quem sabe, se firmar no atletismo. Força de vontade que fez o garoto de 15 anos e mais 25 companheiros de escolar acordar as 3h30, 4 horas da madrugada. E, de ônibus, deixar o assentamento Bebedouro rumo a Campo Grande, para o pessoal da escola José Henrique Domiciano Porto dar seus pulos, saltos, passadas e incentivo aos demais.

Pelo menos três horas de viagem, da zona rural de Nova Alvorada do Sul a Campo Grande, para competir com os que já estão bem mais perto do local do festival de atletismo. Realidade que “Zezinho” espera mudar nos próximos anos. Com apoio da prefeitura do município do interior, o professor de atletismo e futsal José Walter, 39 anos, confia em uma melhor estrutura para seus alunos. “Trabalhamos em equipe”, diz Zezinho, responsável pela vinda dos atletas, junto com a professora de História e Geografia, Valdirene.

E, sobre a proposta de acabar com as aulas de Educação Física nas escolas?

“É um tiro no pé”, diz Zezinho, há cinco anos em Nova Alvorada. Está gravado. Confira


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