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'Ela vai saber bater. E vai doer'

Matéria originalmente postada em 23 de agosto de 2017

O Agosto Lilás está perto do fim. Chamar a atenção sobre a violência contra a mulher, não. A coincidência talvez seja mais um incentivo para elas participarem do Curso de Defesa Pessoal Feminina, neste domingo (27), das 9 as 11h.

Na academia Muryokan, rua 14 de julho 635, vila Glória, em Campo Grande, o faixa preta de caratê, Luciano dos Santos, explica a iniciativa. “Eu planejava há muito tempo esse curso. Via a necessidade da mulher em adquirir uma defesa. O pessoal acha que ela é frágil, que não sabe se defender, então, com o curso ela vai ficar mais confiante”, diz o responsável pela aula.

Aos 32 anos, Luciano dos Santos, diz com propriedade a importância da mulher aprender a se virar. “Eu vim de um lar que tinha agressão. Percebendo tudo aquilo eu não podia fazer nada. Percebia o sofrimento que causava durante e o pós a agressão”, relembra o sensei.

“(Antes) A mulher ficava enjaulada, presa e hoje está mais liberta”, acredita Luciano, para quem a mídia tem um papel fundamental. “Está abordando bastante a violência contra a mulher. E, quanto mais informação tiver, menos agressão vai ter”, diz o professor de caratê, cuja casa divide com a esposa e duas filhas. “Então, acredito que (o curso) vai ajudar bastante”, acrescenta.

Curso ensinará técnicas para usar melhor a força - Fernanda Prado/SPE

Nas duas horas de aula, a participante terá acesso a dicas práticas. Por exemplo, a mulher saberá sair de situação em que o agressor segurar o seu braço. Sem um usar a força, e sim a técnica proveniente do caratê, explica o professor que tem no currículo, títulos estaduais e nacionais e Sul-Americano.

Outra cena em que o curso vai ajudar é como evitar pequenos assaltos e não permitir que o ladrão leve a bolsa. “Quando o agressor ‘pega’ no cabelo da mulher. Vou ensinar ela a se soltar”, cita o sensei, ao falar da técnica conhecida como alavanca em que consegue tensionar a mão do inimigo e provocar dor.

Luciano ressalta que as técnicas são em sua maioria usadas para defesa. “É questão dela conseguir se soltar para pedir ajuda”, acrescenta. As de ataque a serem utilizadas no curso de defesa pessoal feminina deste domingo (27), serão em casos excepcionais.

Base das duas horas práticas é o caratê - Fernanda Prado/SPE

Por exemplo, se estiver encurralada, serão ensinadas joelhadas, chutes e cotoveladas para conseguir se libertar. “Ensinarei também técnicas anti-estupro, em que o agressor joga ela no chão, e ela não deixa o agressor deitar em cima”, acrescenta. “Vou passar técnicas até para reagir contra faca”, completa.

O professor ressalta que o recomendado é utilizar o ensinamento do curso para fugir e pedir ajuda. Nada de querer medir forças.

Com 120 minutos de duração, Luciano fala que a ideia do curso é perder menos tempo possível com a teoria. “Vou passar algo, aonde ela vai saber que vai bater e vai doer”. Toques como postura, exercícios para se manter firme em pé, e o agressor ter mais dificuldade para derrubá-la, utilizar o quadril para dar mais força aos golpes também estão no pacote.

“É difícil, mas com o treinamento, é possível”.

ServiçoA inscrição custa R$ 40 no 1º lote (30 vagas) e R$ 50 para os demais lotes.

A faixa etária é a partir de dez anos.

Mais informações pelo fone/whatsapp (67) 9-99204-3540

Curso coincidiu com o Agosto Lilás, observa Luciano dos Santos, entre algumas participantes confirmadas para domingo (27) - Fernanda Prado/SPE

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