E o basquete brasileiro? Vai mal, obrigado
- Luciano Kishô Shakihama
- 29 de ago. de 2017
- 3 min de leitura

Que a gente vive em um país em que o futebol reina não é novidade. Mas, os demais esportes tampouco precisam ser tratados como meros vassalos. E, no caso de hoje, o basquete anda em uma fase...
Nem parece que tem títulos mundiais masculinos (1959 e 1963), e um feminino (1994), e pódios olímpicos com os homens (bronze em Roma-1960), e as mulheres (prata em Atlanta-96). E, tem os Pan-Americanos, com conquistas épicas em Indianápolis-87, e Havana-91.
Pessoal mais novo praticamente despreza o basquete jogado por estas bandas. “Você vê a NBA e parece que é outro esporte”, diz o jovem. De início, eu achava ruim. Coisa de quem viu Oscar, Marcel, Paula, Hortência e companhia em quadra.
Longe de mim comparar nossos ídolos com os “players” que atuam nos States. Só sei que para mim, eles foram o máximo. Dentro da quadra. E, cada um a seu modo, sim, já bateram em selecionados do país onde foi criado o basquete. Agora...
Nem sonho em que o basquete brasileiro sequer tenha estrutura dos principais países europeus. Só lamento o nível atual. Longe, mas bem longe dos melhores dias. O desempenho na Copa das Américas masculina tem de ser um sinal de alerta. Ou socorro.

Derrotas para Porto Rico e México na primeira fase de um torneio que, na teoria, o Brasil teria de chegar pelo menos para brigar com Argentina, Estados Unidos e um ou outro time é duro de engolir. Porém, a situação parece distante de incomodar os dirigentes. Até quem gosta de basquete parece ter “largado a mão”.
Longe dos holofotes, convém lembrar que a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) foi suspensa pela Federação Internacional (Fiba) entre novembro de 2016 e junho deste ano.
Entre os motivos, o principal foi a crise financeira gerada pelas péssimas administrações. Sem verbas, isso porque faz pouco mais de um ano que saímos do ciclo olímpico Rio-16 quando as principais federações foram irrigadas por patrocínios estatais e privadas, a entidade passa por uma reformulação gerada pelas sanções mundiais.
Detalhe: a Fiba suspendeu provisoriamente a punição que deixou clubes e equipes brasileiras alijadas das competições internacionais. O prazo do “provisório” expirou há uma semana (22 de agosto).
Portanto, a CBB segue na mira da federação que ainda não manifestou se o Brasil cumpriu as exigências que garantem o fim dos risco de novos calotes ou trapalhadas da Confederação.

A “vergonha” porque passa seleções e CBB é um espelho do que acontece na maioria dos estados.
Em Mato Grosso do Sul, campeonato estadual adulto inexiste. No site e página de rede social da federação estadual (FBMS), sequer existem datas reservadas para a competição. No máximo, um torneio aqui, outro acolá. Resta apenas as categorias de base.
Infelizmente, cenário semelhante no resto do país. No feminino, a situação piora.
No masculino, o NBB resiste. Entre as mulheres, a LNB luta para sobreviver. A solução talvez seja o basquete 3 x 3. Pelo menos parece ser a mais barata. Porém, é frustrante se constatada que o jogo entre trios cresça por motivos que não seja o esportivo. Mas, ‘por ser mais fácil, mais barato e tal”.
Acho que escrevi demais. Perdão.
Para quem, na adolescência, muitas vezes passava horas em uma quadra a arremessar e simular ser igual aos seus ídolos dentro do garrafão, ou da linha dos três pontos, ver o basquete nacional e do nosso quintal ás migalhas é como levar toco em cima de toco.
Abraço
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