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As crianças não estão bem*

  • Luciano Kishô Shakihama
  • 2 de mai. de 2018
  • 2 min de leitura

Não vi a matéria do Fantástico. Li no dia seguinte, no site do Globo Esporte. Fortes depoimentos. Um trabalhão a reportagem. Demanda tempo para ler, e assimilar. Daquelas coisas que mexem com a gente.

Abuso, assédio, o esporte não é um mundo à parte. Faz parte dele. E, é preciso falar mais sobre. Que os citados sejam ouvidos de maneira adequada, que se comprovada a culpa, haja punição, e que não se faça uma caça ás bruxas. Que essa violência não marque a ginástica de um modo que pais e mães tirem seus filhos dos treinos.

Na boa, as coisas não são fáceis. Sobretudo quando são crianças, garotos. Já é difícil quando se é grande, imagina quando você nem tem noção, e tem medo, e confuso. Você que é cético, faça um exercício. Lembre quando tinha 6, 8, 10 anos. Nem ferrando que teria o discernimento de agora.

É preciso ir a fundo. Reitero, separar os bons dos maus. No caso da ginástica, desse fato, tem várias coisas que incomoda. Por que o Ministério Público deixa ou deixou a investigação parada desde junho de 2016? Um mês, seis meses, vá lá. Mas, são quase dois anos!

Sabemos que a burocracia, ás vezes aliada a falta de estrutura, é um grande empecilho para a Justiça. Quando a violência é sexual, os costumes, estereótipos, a cultura machista (praticada não só por homens, diga-se de passagem) parecem colocar travas que exigem esforço extra para removê-las. Só que, por outro lado, longe de sermos ingênuos de negarmos que quando eles querem, a coisa anda rápido. “A lei para todos”. Seria cômico se não fosse trágico.

A segunda, é, o professor foi afastado antes da Olimpíada do Rio. Como um fato deste passou batido na época? “O processo chegou até a Confederação Brasileira de Ginástica e ao Comitê Olímpico do Brasil e gerou o afastamento de Fernando da seleção brasileira de ginástica no dia 14 de julho, praticamente um mês antes dos Jogos Rio 2016”, diz a matéria.

Muita falta de sensibilidade jornalística. Dois anos que para nós, dá nada não. Já aos envolvidos...

Temos muito a (re) aprender sobre o que passa à nossa volta. Em todos os esportes. E, fora dele também.

Abraço

*Sim, o título é uma alusão à música The Kids Aren’t Alright, do The Offspring

Um toque: Se tiver a fim de ler e ver a reportagem do GE, clique aqui

Dois toques: A Confederação Brasileira de Ginástica emitiu nota sobre o escândalo. Se quiser ler, clique aqui

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