Torcida única. Time é campeão e você nem pode ir ao estádio
Quando o mais rico Estado do país tem medo ou preguiça de garantir que torcidas diferentes vão ao estádio é preocupante. Ou desanimador Ou, os dois.
Veja só esta decisão do Paulista, talvez terá só de assistir por alguma tela mesmo. Ah, você deve ser corintiano, se a final fosse no Itaquerão nem reclamaria. Puxa, palmeirense, vai dizer que não gostaria de comemorar in loco o gol do Borja? Tirar uma onda na casa dos caras. Isso, é futebol.
Se satisfaz só por compartilhar piadas e vídeos na internet, me desculpe. Lembro quando Palmeiras e Corinthians decidiram o Paulista na década de 90 e as torcidas dividiram o Morumbi. Daqui de Campo Grande, pela tevê de tubo, adorava ver quando metade do setor das arquibancadas balançava quando um atacava. E, o balanço repetia do lado oposto.
No Morenão, em época que o futebol por aqui já estava distante de ser aquelas coisas, mas longe dessa pindaíba em que 4 mil no estádio é motivo de orgulho, você ia para gritar mais alto que o pessoal do outro lado. Era bacana. Depois, na saída, tirava uma onda, ou terminava de beber umas com o adversário antes de ir alegre ou triste para casa. Menos mal, aqui não chegou essa coisa de torcida única. Que deixem isso do outro lado da ponte.
“São tempos que não voltam mais”. Por quê? Custa caro investir em formas de prevenir a violência dos “torcedores”? A polícia, hoje, mal paga, mal aparelhada, e mal treinada, junto com os demais órgãos e cartolas, não pode melhorar seus setores de Inteligência e deixar os covardes brigões fora dos jogos? Puxa, peguem exemplos do que acontece no Gre-Nal, em Curitiba, no exterior. Mar de rosas, inexiste. Mas, tem de valer a pena tentar.
Registra-se: violência está longe de ser apenas no futebol. Tem ene causas neste Brasilzão, e teria o maior prazer de discutir e também absorver novas ideias. Civilizadamente.
Porém, é cômodo demais determinar torcida única. Esta semana, até treino aberto dos times aos torcedores teve recomendação da Justiça para ser em dias diferentes. Vai vendo. Muitos argumentam que, pelo menos tem mais famílias nas arenas pois só tem gente do mesmo time.
Pode ser. Imagino o pai palmeirense, a mãe corintiana, a filha e/ou o filho são-paulinos. Que alegria. Não ir a um programa de lazer no fim de semana pois tem medo de que sua “torcida” encha de porrada quem você ama.
Que os melhores vençam. Não, os mais fortes.
Abraço.