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Isso é Libertadores. Rolou uma ponta de inveja do Emelec, do Equador

Libertadores é uma coisa bacana. Sou suspeito. Costumo falar que é mais emocionante que a Champions League, mesmo com todos seus craques vindos do mundo inteiro.

Pena que tem muita gente que gosta de enaltecer o “clima” do principal torneio de clubes da América por motivos que mais parecem necessidade de auto afirmação, coisa de “macho”. Pedrada em ônibus adversário, policial com escudo para proteger jogador que cobra escanteio, péssimas condições para time e torcida visitante.

Aquela coisa de tentar intimidar no grito. Ou ultrapassa os limites, bradar que aqui é estilo “raiz (?)”. Rio, São Paulo, Buenos Aires, Assunção, Montevidéu, Santiago, e por aí vai. Confundem tudo.

“Isso é Libertadores”. Ah, escuto há pelo menos uns 30 anos esse bordão em vários tons. Prefiro quando usado para viradas épicas, cantos apaixonados da torcida, choro e suor em campo. Desgosto quando pano de fundo para justificar com orgulho uma espécie de “aqui na América do Sul é assim. O bicho pega porque é tudo subdesenvolvido, mesmo”.

O interessante é que muitos brasileiros não se veem parte da América do Sul. A catimba, a truculência no jogo fora de casa, o “clima de guerra” parece sempre ser do pessoal que não fala português. Torcedor boliviano atingido por sinalizador, tumulto no Maracanã, só para ficar nos mais frescos na minha memória, devem ser coisas de hermanos infiltrados entre nosotros, os educados e civilizados tupiniquins.

Desabafo isso depois de ver o show da torcida do Emelec. Uns 40 mil equatorianos inflamados, sem perder em casa na Liberta há 252 dias, líder do Equatorianão. Contra o Flamengo. Pronto, la Caldera estava do jeito que os amantes da desgraça alheia queriam. Faltava só a fagulha para rolar cenas lamentáveis, a Conmebol entrar em campo e a gente soltar o nosso ar de “sul-americano, eu?! nem pensar”.

Pois bem, os donos da casa tomaram a virada, dois gols com a marca de molecagem boleira incorporada por Vinicius Júnior.

Vinicius Júnior já curte um reconhecimento internacional - Gilvan de Souza/Flamengo

E... nada da torcida arremessar no campo o que tivesse na mão. Os poucos rubro-negros na arquibancada comemoraram, tiraram onda diante da massa de Guayaquil, e... nada de invasão, quebra quebra.

Ao fim do jogo, Vinicius Júnior, em noite inspirada a la Ronaldinho, ainda foi retribuir o carinho de um torcedor equatoriano e deu sua camisa. Sem problemas. O atacante que em futuro próximo engrossará a constelação do Real Madrid foi feliz ao retribuir o ambiente saudável que marcou o duelo.

Antes, outra imagem Libertadores. Ao abrir o placar do jogo, Angulo foi em direção á torcida e comemorou com direito a pegar criança no colo.

Muita festa, gols, e paz. Confesso, deu inveja o comportamento do pessoal do Equador.

Entrada para o campo do estádio George Capwell - Emelec Esporte Clube/Facebook

Com todas as pitadas que fazem a Libertadores ser um torneio que tem identidade, alma. E, ao mesmo tempo, vergonha de saber que, hoje, se a situação fosse no Brasil não poder cravar que acabaria em paz. Aliás, por aqui, parece que o estado de execução. Ops, de exceção caminha a passos largos.

Abraço

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