Obrigado Bebeto, por fazer eu e um montão de gente a gostarem de vôlei
- Luciano Kishô Shakihama
- 13 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Que me perdoe o futebol, mas Bebeto de Freitas era do vôlei. Com ele no comando da seleção brasileira, fui moldado a gostar tanto deste esporte lá pelos anos 80 até hoje. Renan, Xandó, William, Bernard, Bernardinho, Amauri, entre outros que a memória vai bloquear o técnico nascido no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1950 comandou e elevou o status do país do futebol para também ser uma potência do vôlei.
Em 82, levou o país ao vice-mundial ao perder para a União Soviética. Sinceramente, lembro pouco do campeonato disputado na Argentina. Dizem que, a partir daí, o vôlei nacional passou a ser visto com outros olhos. Quem sou eu para discordar. Vai que levo umas cortadas de graça.
Era garoto quando assisti a Olimpíada de 1984, em Los Angeles. O Brasil encarava os gringos de igual para igual, apesar dos centímetros a mais dos adversários. Atropelou os donos da casa na primeira fase. Na disputa do ouro, perdeu em uma decisão cujo ginásio foi enfeitado com uns badulaques no teto. “Sacanagem com a gente, só para o Bernard não usar o (saque) Jornada nas Estrelas”, pensou eu e milhares de brasileiros à frente da tevê, talvez levemente tendenciados pela transmissão esportiva.
Geração de prata. Foi como ficou marcada esta geração. Bebeto de Freitas ainda proporcionaria momentos memoráveis à frente da seleção.
Bebeto também fez belo trabalho na Itália. País que, curioso, me traz outra dolorosa lembrança do vôlei na transição entre as gerações. Pedra no sapato, Zorzi à frente, que imputou derrota no Mundial disputado no Brasil por 3 sets a 2, em 1990. Sete anos depois, o comandante conquistou o ouro na direção do time europeu.
Sementinha plantada no vôlei brasileiro que rendeu muito com as gerações dirigidas por Zé Roberto Guimarães e Bernardinho. A partir de 1992, foram títulos olímpicos em Barcelona, Atenas, e Rio de Janeiro, e três mundiais.
No futebol, sobrinho do jornalista João Saldanha, passou por Botafogo e Atlético-MG, este último onde esteve até a tarde desta terça-feira. Após evento na Cidade do Galo, em Belo Horizonte, Bebeto, que desempenhava a função de diretor de administração e controle do clube sofreu parada cardíaca. Foi atendido, mas não resistiu e deu adeus a nós, reles humanos, aos 68 anos de idade de boas sacadas, alguns bloqueios, mas sempre na defesa das suas posições.
Vai fazer falta. Obrigado, Bebeto

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