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O atletismo brasileiro caminha (?) a passos lentos. Demais

  • Luciano Kishô Shakihama
  • 23 de jan. de 2018
  • 2 min de leitura

Você sabia que este ano vai completar três décadas do recorde brasileiro dos 100m rasos? Até ter a ideia de escrever algo hoje, tarde de terça-feira (23), eu também não. A marca dos 10 segundos, ou 9s99 para alguns, de Robson Caetano, cravada em longínquos 1998 perdura no país, e por tabela, na América do Sul. Só a título de comparação, Bolt detém a marca mundial com 9s58, em 2009.

Robson Caetano (de azul), ao lado de Arnaldo Oliveira, no Campeonato Ibero Americano de 1988 - Internet/Reprodução

Um décimo nas provas rápidas do atletismo é bastante tempo. Quase meio segundo então... Bom, de qualquer forma, me incomoda o fato da gente ter ficado tão para trás no atletismo em geral. Salvo exceções que aparecem do nada de tempos em tempos, como Fabiana Murer, Thiago Braz, a mulherada do revezamento 4 x100m, o Brasil, acho que jamais esteve tão devagar no esporte que deu origem às olimpíadas da era moderna.

Você já deve estar a par, mas, se não, o que motivou a escrever sobre o atletismo foi o clube B3 (BM&F Bovespa) deixar de competir oficialmente neste ano. No dia 15, a equipe paulista anunciou que manterá o patrocínio aos seus 57 atletas e 13 treinadores até o fim de 2018. Depois, vai saber... Mas, competição que é bom, o clube paulista está fora.

Bom, para quem não sabe o que é esse tal de B3 no bonde da história do atletismo nacional, o clube fundado há 30 anos “só” tem 14 títulos do Troféu Brasil, e por lá já saltaram, pularam e correram gente do quilate de Murer, Marilson Gomes, Braz, Maurren Maggi, e Jadel Gregório. Na Rio-16, 20 atletas da delegação brasileira era do clube. Agora, trabalho somente na base. E, olhe lá.

Fachada do CT em São Caetano-SP, em que se prepara os atletas do B3 - Agência Luz/BMF&Bovespa/Arquivo

Imagina se em São Paulo, estado onde mais corre dinheiro no país, a coisa está assim, o que pensar no que (não) acontece território nacional afora. Em Mato Grosso do Sul, de onde este escriba traça estas linhas, a base tenta sobreviver. Valores e clubes no mundo adulto, investimentos, esforço de dirigentes e empresários, inexistem. Não há uma pista que possa receber eventos de grande porte. E, não é de agora.

É de conhecimento público que esporte de alto rendimento no Brasil, exceção obviamente feita ao futebol, significa matar um leão por dia (é uma metáfora, adianto que durante a confecção deste texto nenhum animal foi mal tratado). Mas, algumas conseguem andar algumas casas neste tabuleiro do esporte nacional. Vôlei, judô, natação, basquete, tentam se virar e volte e meia aparecem com mais frequência que o... atletismo.

O atletismo poderia pelo menos estar no nível crítico da média da situação das demais modalidades no Brasil. Hoje, não passa nem para a fase final na preferência do povo.

“Ah, mas ninguém quer investir porque não dá retorno”. Pode ser. Ainda mais nesta crise. Porém, sem sair da superficialidade, do pensamento sofrência de sempre, ou não se esforçar em tentar encontrar ideias e soluções fica muito mais difícil.

Abraço


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