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Adultos passam longe quando o esporte é pra valer em Campo Grande

  • Luciano Kishô Shakihama
  • 5 de out. de 2017
  • 2 min de leitura

Futsal ,masculino teve 6 times nos Jogos Abertos de Campo Grande - Washington Kaku/Divulgação

Quando a gente escuta que os Jogos Abertos de Campo Grande este ano reuniu mil participantes, até que soa bem aos ouvidos. Se dividirmos o povo em 13 modalidades, dá quase 77 pessoas por disputas. Aí, já fica mais ou menos.

Pois, no leque de disputas estiveram incluídos esportes coletivos, como basquete, vôlei, handebol, e futsal. E, de acordo com as tabelas da competição, nenhuma conseguiu mais do que 10 times. O futsal feminino e do basquete feminino conseguiu juntar três equipes cada para formar o torneio.

Isto em uma cidade de 850 mil habitantes. Óbvio, tem bastante criança, idoso e tal neste montante. E se utilizarmos como comparação o número de eleitores. Em Campo Grande, o pessoal que tem o direito de votar (se vão respeitar o seu voto é outra história) soma 599 mil pessoas. Tudo bem, não vamos ser tão cruéis. Diríamos que metade tem ou teria condições de realizar um esporte para valer. Dá mais ou menos 300 mil.

Ou seja, grosseiramente calculado, dá para dizer fácil que de cada 300 adultos, somente um encara uma competição em Campo Grande.

Handebol masculino nos Jogos em Campo Grande atraiu sete equipes - Washington Kaku/Divulgação

Caso parecido que corrobora o baixo número de competitividade entre os “de maior” são os Jogos dos Servidores de Campo Grande. Até porque, caso você não more por aqui ou em Mato Grosso do Sul, saiba que, como em toda capital, o funcionalismo público faz parte de uma massa considerável da população.

De volta aos Jogos que tentam trazer os servidores municipais à quadra, a edição 2017 amealhou 600 inscritos. Isto com modalidades como bozó, damas, truco e até dança. Em Campo Grande, o funcionalismo soma algo em torno de 16 mil pessoas. Ou seja, 4% do total se dispuseram a participar do evento esportivo. Número tão alto quanto á popularidade de muito político.

E, por que o pessoal não compete? Preguiça, talvez. Falta de motivação, idem. Seria um bom ponto de partida para pesquisa e debate.

Na opinião deste que vos escreve, depois dos 18, as opções de competição em Campo Grande são escassas. Se o atleta realmente quer seguir carreira terá de ir para um centro mais desenvolvido. Sejamos realistas, qual a motivação do atleta, técnico, dono de equipe, de colégio, de universidade em insistir por aqui?

Falta de visão empresarial? Pode ser. Porém, penso que o buraco é mais embaixo. Não há estímulo, inexiste iniciativas de promover ou chamar o público, falta de incentivo financeiro, enfim, há uma ausência de visão por parte de todos os envolvidos.

Não há uma ação bem planejada para o tiozinho, a mulher, o grupo que já jogou quando era mais jovem, em motivá-los a voltar a quadra, ao campo para disputar uma medalha, um prêmio. Nem que de início seja por diversão. Vai que cola e a coisa fica séria.

Por outro lado, as ações como “desafios” de bicicleta, ações de corrida pedestre e caminhada, festival para emplacar vida saudável, merecidamente ganham cada vez mais espaço. Curiosamente, estas campanhas têm pouca ou nada de intromissão das federações esportivas. Fato a se pensar, não?!

Porém, se boa parte dos dirigentes, incluído poder público, considera que deste jeito estamos bem, o que resta por enquanto é vivermos de fatos isolados. Situação, aliás, com o que ocorre no esporte sul-mato-grossense em geral.

Abraço

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