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Raquetadas argentinas, mundiais sem TV, Brasil não tem cultura esportiva?


Argentino Del Potro durante o US Open diante do Federer - Juan Martín del Potro/Facebook

No basquete masculino, os hermanos foram vice-campeões da Copa América. Aquele torneio mesmo, que o Brasil ficou entre os últimos e sem uma das sete (!) vagas ao Pan-Americano de Lima em 2018. A Argentina perdeu na final para os Estados Unidos. Ou seja, podemos até dizer que foi campeã moral, pois o time norte-americano é favorito sempre.

Fatos recentes que alimentam as opiniões de que o país vizinho possui cultura esportiva e o Brasil só trata como esporte o futebol. Não sei se é para tanto. É tentador, mas sou cauteloso com estas análises instantâneas, baseadas mais no calor do momento do que em dados.

Pode ser que estejam certas e a Argentina seja multiesportiva. Porém, quando lembro dos quadro de medalhas de grandes eventos (Pan-Americanos, Olimpíadas), o Brasil tenta brigar lá em cima, com o pessoal do Primeiro Mundo. Mais Cuba e Jamaica, que são pontos fora da curva.

Na Rio-2016, o Brasil terminou em 13º no geral com sete de ouro e 19 medalhas no total. Mais que o dobro de douradas e quatro vezes mais do total argentino, que ganhou três de ouro e quatro no total e encerrou a Olimpíada em 27º lugar. Como se vê, coisas para se pensar com cuidado. E discussão para mais de metro.

Esqueçamos a rivalidade continental e voltemos os olhos para o nosso quintal. Sabia que nesta semana acontece a Copa dos Campeões de Vôlei feminina, no Japão?

Tandara em ação durante a Copa dos Campeões de Vôlei, no Japão - FIVB/Divulgação

E que no fim de semana teve o Mundial de Ginástica Rítmica, na Itália? De repente você soube do Mundial de Judô, que acabou no fim de semana.

O que os três eventos tiveram em comum? Nenhum foi televisionado, tampouco disponibilizado nas plataformas digitais das emissoras (mesmo os canais segmentados como Sportv, ESPN, EI, Bandsports e FOX Sports). Isso, sim, é preocupante.

Corrobora o coro dos excluídos - aproveito o clima 7 de setembro -, de que o Brasil é monoesportivo. Só futebol. Olha, é difícil brigar contra essa constatação. Que é o esporte preferido (só o masculino, diga-se de

passagem) do brasileiro ninguém duvida.

O problema é que somente o futebol parece manter o interesse do torcedor mesmo quando o seu time perde. “Brasileiro não gosta de esporte, gosta de quem ganha”, disse para mim o campeão de MMA, Minotauro, em entrevista há alguns anos, em Campo Grande.

O buraco é mais embaixo (nível asfalto de Campo Grande). A iniciativa privada tupiniquim investe pouco em patrocínios a médio e longo prazo. Ao contrário dos países que brilham de maneira mais uniforme quando o assunto é esporte. Por que? Boa questão. Falta de visibilidade? Credibilidade?

E a mania impregnada na imprensa de não divulgar o patrocinador do time, sob alegação comercial? Na NBA, Spurs, Pistons, Lakers são franquias. No Brasil, por exemplo, dificilmente você escutaria uma matéria com o nome “Rio de Janeiro Warriors”, ou “Franca Jazz”. Será somente Rio de Janeiro, Franca. Como acontece no vôlei, com Osasco Nestlé, Sada Cruzeiro, e por aí vai.

Mesmo no futebol, times da Série A e Série B sofreria se Caixa, Banrisul e demais apoios públicos (alguns estaduais) tirassem o time de campo.

Então, a falta de cultura esportiva é de quem? Do torcedor? Da mídia? Dos empresários? Dos governos? Todas as alternativas juntas?

Qual a sua opinião?

Abraço

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