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Campo Grande merece mais esporte de (e no) presente

  • Luciano Kishô Shakihama
  • 24 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

Na praça Belmar Fidalgo, pessoal se ajeita para ver o jogo do jeito que dá - Fernanda Prado/SPE

Dizem que na vida certas coisas não fazem sentido. Ou não precisam. Morar em uma cidade de 800 mil habitantes sem ter pelo menos um ou o esporte forte são dessas coisas. Alguma equipe, um punhado de atletas acima da média, ginásio para se orgulhar, estádio que você possa receber um amigo seu de fora e mostrar sem ter de explicar que ele está assim por causa disso, disso, disso.

Nem sempre foi assim. Acho que é o que mais entristece. Ou, depende do ponto de vista, nos dá esperança. Vai ver, certas coisas ditas muitas vezes viram verdades. “Aqui ninguém se importa porque a maioria é de fora”. “Não tem público para isso”. “Pessoal aqui não gosta de esporte, só ver na rua um monte de gente acima do peso”. “Para que ter estádio, ginásio bom? Só para time daqui passar vergonha?”

A primeira impressão é de que se começar a discutir vai entrar naquela de quem veio primeiro: o ovo ou a galinha.

Sou campo-grandense, vi muita coisa boa por aqui. E nem falo da “época de ouro” do futebol, que já peguei aos 35 do segundo tempo. Lembro da iniciativa de time de basquete adulto, de vôlei (quem viu os bons tempos da Copagaz não esquece), do futsal. Fora os grandes eventos, amistoso da seleção, clássicos brasileiros, o craque Falcão no Guanandizão, jogos da Liga Mundial de vôlei, motocross. Até um dos maiores caras do xadrez, o russo Anatoly Karpov, diante de tabuleiros enfileirados no piso do Palácio Popular da Cultura. Sei, mudaram o nome do local, só que é bacana balbuciar “Popular” em região que mal passa ônibus.

Meus pais são japoneses, então põe “de fora” nisso. A patroa e parte dos amigos que gostam de um desporto são de outros estados. O povo, daqui ou de "longe", sabe quando vale a pena ir e, óbvio, quando o preço não é extorsivo. Cuiabá possui menos de 500 mil habitantes.

Mas, hoje tem um estádio para receber jogos da Série A. E um ginásio que recebeu a Copa América de Vôlei masculina. E a seleção feminina este ano passou por lá e jogou três vezes pelo Grand Prix, se classificou e foi campeã na China. É, Zé Roberto Guimarães, Tandara, Natália e companhia estiveram há pouco mais de um mês no Mato Grosso...mesmo. Não o do Sul.

Mesmo que pudesse, o estádio Morenão não pode 'encher'. É arriscado e proibitivo - Fernanda Prado/SPE

Quanto a investir em uma equipe para termos orgulho de chamar de nossa...é complicado. No fim de semana que passou, o Só Por Esportes deu em primeiro post – seria em primeira mão mas assim fica mais moderno - o fim das atividades da AVP que, curiosamente veio do Mato Grosso.

Entre os motivos, a direção da equipe que alcançou até a Superliga B, pois foi vice na Taça Prata nacional, alegou a crônica falta de apoio. Entra ano, sai ano, está aí uma coisa que, confesso não ter explicação. Às vezes acho que é falta de credibilidade (no futebol essa certeza é quase 100%), outras, desinteresse/falta de visão das empresas.

E, ausência de ideias e soluções a curto, médio e longo prazo por parte do poder público. Tanto em projetos, patrocínios, como políticas para alavancar o esporte e fazer com que com o passar do tempo o pessoal livre as mãos dos pires de pedir verbas para prefeitura e do governo.

Aula de boxe em plena arquibancada da praça Elias Gadia - Fernanda Prado/SPE

Sei que parece repetitivo. Igual a aniversário e especial do Roberto Carlos, tem todo ano.

Parabéns, Campo Grande. Orgulho imenso de ser um filho da terra vermelha e céu mais bonito que já vi, e esperança que o presente próximo presente seja mais emocionante e saudável.

Vai que a outrora um deserto transforme em cidade primor nos esportes. Tudo de bom.

Abraço

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