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Time de MS que chegou até a Superliga B fecha as portas


UCDB (zaul) x AVP (branco) na final da Copa Pantanal 2017 - Fernanda Prado/SPE

A final masculina diante da UCDB, sábado (19), pela Copa Pantanal de Vôlei, no ginásio do Centro Municipal de Treinamento Esportivo-Cemte, em Campo Grande (saiba mais sobre as finais e clique aqui), foi o último jogo oficial da AVP (Amigos do Vôlei Pedregal).

A decisão de encerrar as atividades foi anunciada pelo diretor Genivaldo Alves. Atitude que já estava acertada antes do duelo deste fim de semana.

Dois motivos, segundo o dirigente, pesaram na extinção do time que no começo do ano, quando contava com a parceria do Rádio Clube, representou Mato Grosso do Sul na Superliga B.

Um, cita Genivaldo, é a condição de saúde do presidente Cícero Gomes da Silva. O segundo, e o principal, é a decepção da direção com a falta de patrocínio e da ajuda dos poderes estadual e municipal. O projeto da AVP era de no primeiro ano (2017) arcar com os custos, ganhar os torneios locais e chegar ás disputas nacionais, o que aconteceu. Para no ano seguinte, cooptar recursos para viabilizar financeiramente a temporada a alçar voos maiores. O que não ocorreu

Ao Só Por Esportes, Genivaldo falou sobre a decisão de tirar o time de quadra.

Confira os trechos

Genivaldo Alves, de camisa amarela, ontem, acompanha o último jogo da AVP - Washington Kaku/Divulgação

“No ano passado, em outubro, ele foi diagnosticado com um tumor. Graças a deus, não teve reincidência, nem nada, mas o tratamento é bem complexo. E por conta desse tumor, ele desenvolveu uma protusão, uma hérnia discal. E tudo isso tendo um custo.

Na época, não tinha plano de saúde, a gente arcou com todos os custos. Agora, fez um plano de saúde, mas mesmo assim, tudo que envolve o rim, onde tinha o tumor, a Unimed tem carência de dois anos. Ou seja, continuamos pagando esse tratamento paralelo.

Em contrapartida, quando a gente iniciou o projeto, pensamos em trabalhar um ano. Fazer um bom trabalho, graças a deus fizemos, vencemos tudo aqui). Dentro das nossas possibilidades e condições, representamos bem o Estado em competições nacionais (foi vice na Taça Prata 2016, que deu o acesso inédito ao vôlei de MS para a Superliga B, última antes da Superliga principal).

(Era nosso objetivo manter (a equipe) na (Super)liga B. Tinha um elenco muito bom, mas infelizmente, a nossa comissão (na época, o técnico era Juliano Trindade), não nos ajudou muito. Marinheiro de primeira viagem, foi um aprendizado para todos nós (o último lugar fez com que a AVP perdesse a vaga para o torneio deste ano).

E, teríamos que remar este ano novamente. Jogar a (Taça) Prata, para consequentemente jogar a liga B. Sempre fomos no governo, sempre procuramos a prefeitura...

Por exemplo, a gente não tem um centro de treinamento. Eles inauguraram agora um centro (o Cemte, cujo ginásio foi palco das finais da Copa Pantanal) que, eles dizem que vai atender o voleibol e o basquetebol. Mas, o único horário que foi oferecido para a gente lá, Luciano, foi de 11h a 1h da tarde. (Neste horário), a gente tem uma outra parceria, com uma academia, na qual a gente tem que treinar nesse horário. Ou seja se o time treinar fora desse horário, eu tenho de pagar (a academia). Ou seja, é mais um custo.

O governo, dentro da possibilidade deles, ele ajuda, sim. Fomos agora para o Rio de Janeiro, na Taça Ouro (mais sobre o desempenho da AVP neste torneio clique aqui), o governo cedeu um ônibus (Genivaldo calcula que o custo estimado seria de R$ 15 mil). A gente é grato por tudo isso.

Delegação da AVP antes do embarque ao RIo para a Taça Ouro 2017 - Reprodução/Facebook

Mas, o que nós pedimos tanto do governo quanto da prefeitura nunca foi dinheiro. E, sim, que eles arrumassem uma empresa dentro do Estado que patrocinasse a gente via lei do incentivo (do Esporte). Nós temos nosso projeto, no qual nossos atletas têm salário, no qual a gente vai ter uma grande comissão técnica, desde estatístico, preparador físico, enfim, tudo isso orçado dentro da lei de incentivo.

Então, o que a gente pediu a eles (governo e prefeitura) é: “apresenta (empresas) para a gente”. O governo sabe. Se ele for nas Finanças, ele sabe qual é a empresa que mais arrecada aqui. Por intermédio deles, marca uma reunião na governadoria, a gente vai lá, conversa, fecha (o patrocínio) e consequentemente estampa a “máster”, e estampa governo e prefeitura no uniforme sem problema nenhum. Mas, eles nunca fizeram isso. Talvez não nos dê a credibilidade.

O orçamento mensal nosso é de R$ 30 mil. De que me adianta, investir “por amor”? O que eu estou ganhando com isso? Em contrapartida, tem um problema unilateral de saúde, que de certo modo é grave. Já comunicamos (de forma antecipada) o governo, a prefeitura.

Quiseram marcar reunião essa semana com a gente, a gente não foi. Porque, tivemos lá trocentas vezes, sempre é a mesma coisa. Eles nuncam fazem um documento formalizando...É sempre assim “Vou fazer”, tá mas quando? “Ah, a gente tem de ver isso”. Prometeram para a gente o (ginásio) Guanandizão, o Instituto Mirim...cara, conseguimos treinar duas vezes nessa semana!

Então, devido a tudo isso eu sentei com o (presidente) Cícero, e com o (vice) Gisleno, e decidimos por encerrar as atividades.”

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