Operação da PF mira ‘atletas fantasmas’
- 18 de ago. de 2017
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (18) operação para investigar a suspeita de fraudes no programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Pago a atletas de alto rendimento que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais de sua modalidade, o benefício é pago desde 2005 e é, segundo o ministério, “o maior programa de patrocínio individual de atletas no mundo.”
Segundo a PF, os investigados inseriam dados de atletas fantasmas nos sistemas do Ministério do Esporte para desviar recursos do programa. Em apenas um ano, a quadrilha conseguiu criar 25 atletas fantasmas, inclusive de alto rendimento e nível olímpico. As fraudes teriam ocorrido no ano de 2012 e, de acordo com as informações encaminhadas pelo Ministério do Esporte, podem ter ultrapassado R$ 1 milhão em valores atualizados.
Como, de acordo com a PF, o suposto líder e alguns participantes do esquema criminoso são brasileiros nascidos em Cuba, a operação recebeu o nome de Havana, capital de Cuba. Estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva, autorizados pela 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.

Procurado, o Ministério do Esporte não se pronunciou sobre o assunto.
Segundo edital de inscrição para o programa, publicado no dia 7 de agosto, o ministério este ano vai conceder bolsas nas categorias Atleta de Base (equivalente a R$ 370 mensais), Estudantil (R$ 370), Nacional (R$ 925), Internacional (R$ 1.850), e Olímpica/Paralímpica (R$ 3.100).
Donos de bar se dizem surpresos com ação da PF que investiga Bolsa Atleta
A assessoria do bar Versão Brasileira, de Brasília, um dos alvos da Operação Havana, informou que os sócios ficaram surpresos pela ação dos agentes federais. Mais cedo, policiais estiveram no local para cumprir mandado judicial de busca e apreensão de documentos e objetos considerados úteis à investigação do suposto esquema de fraudes contra o programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
A suspeita é de que parte dos recursos desviados no suposto esquema tenha sido utilizada para a criação do bar. Entre os sócios do estabelecimento, há um cubano, cujo nome ainda não foi confirmado pelas autoridades ou pela assessoria do Versão Brasileira. Segundo a PF, o suposto líder e alguns participantes do esquema criminoso são brasileiros nascidos em Cuba – razão pela qual a operação recebeu o nome de Havana, capital de Cuba.
De acordo com as investigações, um funcionário terceirizado do Ministério do Esporte - que ficou sócio do bar - seria o responsável por inserir os dados de falsos atletas na relação de beneficiários do programa Bolsa Atleta a quem a Caixa Econômica Federal pagava o benefício criado para ajudar atletas de alto rendimento a se dedicarem aos treinos e competições.
“Este funcionário integrou o quadro societário do bar logo depois das fraudes. Suspeitamos que os recursos tenham acabado sendo utilizados para compor a parte societária dele no estabelecimento”, disse o delegado federal João Oliveira, responsável pela operação.
(Da Agência Brasil)
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