Não há como ter garantia no futebol, afirma técnico do Comercial
- Luciano Kishô Shakihama
- 16 de ago. de 2017
- 3 min de leitura

No dia 15 (terça), completou um mês da eliminação do Comercial de Campo Grande-MS do Brasileiro da Série D. Na segunda fase, o Colorado parou no Ceilândia-DF, que perdeu para o América-RN, que caiu diante da Juazeirense, que está nas semifinais. Assim, o clube baiano comemora o acesso à Série C, ao lado do Globo-RN, Operário-PR, e Atlético do Acre.
Ao time de Mato Grosso do Sul, o 1 a 1 no Distrito Federal está longe de significar o fim do sofrimento aos jogadores que defenderam a camisa vermelha e branca comercialina.
Ao SPE, o técnico Valter Ferreira falou muito. E foi bacana. Nesta quarta (16), sobre salários atrasados dos atletas, admite que nenhum tostão foi pago. O treinador, com passagens no futebol de vários estados e tem contrato com o Saci da Capital até setembro, foi questionado ainda se arrepende de ter aceito o cargo. Diz que é difícil ter uma garantia da direção na questão financeira. E, reafirma que, se o dinheiro não “sumisse”, o Comercial tinha condições de estar no lugar da Juazeirense, do Globo de Ceará-Mirim, do Operário de Ponta Grossa.
Vale a pena ler até o fim. Confira aí as quatro perguntas e as respostas. Na íntegra
Como está o senhor, em SP? Trabalhando, descansando?
Valter Ferreira - No momento, não estou trabalhando. Estou em casa (município de Bauru, interior de SP), descansando;
O clube conseguiu quitar os atrasados?
VF - Não, ainda não pagou um tostão dos atrasados. Já tem uma grande parte dos jogadores entrando com ação contra o clube...
Agora, com mais calma, como o sr viu a sua passagem pelo MS. Se arrepende?
VF - Não vou dizer que a palavra é se “arrepender”. Caberia mais nesse caso, eu acho que sim no aspecto de é... (breve silêncio). A gente lamentar, lamentar o que aconteceu.

Se ficar ou voltar, pediria alguma garantia para treinar (seja na parte salário quanto estrutura)?
VF - Eu não vou dizer garantia... por exemplo, tenho dois contratos com o Comercial. Um particular, um depois que a CBF exigiu para que a gente pudesse ter condição de trabalhar. E, também se você sai de um clube, não pode trabalhar no outro. Esse contrato meu vai até dia 29 de setembro. Então, garantia melhor do que essa foi quando, exigi um salário adiantado porque eu não conhecia a diretoria, não conhecia ninguém. E a diretoria me passou este salário adiantado, mas garantia não dá para você ter no futebol, entendeu?! As coisas só vão acontecer depois, no dia a dia, no trabalho, depois que você já está envolvido na situação.
Lógico que, dificilmente a gente vai em um lugar que não tem condições. E, eu só fui pro Comercial porque senti essa condição de trabalho. Mas, infelizmente, depois elas não aconteceram. Tiveram ali até o final do Estadual, e depois o dinheiro sumiu. Não apareceu mais. E, sem dinheiro, você não tem condições de tocar nada.
Esse negócio de garantia é você realmente sentir. Eu, trabalhei aí no Mato Grosso (a deixa para mandar um do Sul) em várias equipes que não tinham muita condição financeira mas, certinho, que pagava pouco, mas pagava em dia. E, nós conseguimos aí ser campeão (caso do Chapadão).
Então, a garantia é muito difícil você ter. Você tem no início, como foi o caso do Comercial. Depois na sequencia do trabalho, o dinheiro some. Mas, não me arrependo não. Só lamento ter faltado dinheiro porque a gente tinha reais condições de conseguir o objetivo que era o acesso a Série C.
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